Como professora, sempre senti um incômodo e uma grande necessidade de fazer algo autêntico e diferente em relação a educação e com meus alunos. Porque sempre acreditei no poder transformador, inovador e político da educação.
Quando meus filhos nasceram esse incômodo aumentou ainda mais. Para mim era inadmissível confiar a educação deles em um sistema escolar retrógado e ultrapassado cujo o modelo de ensino ainda usa como referência propostas do séc XIX.
Ainda no Brasil, comecei a fazer Homeschooling e Unschooling com as crianças. E com isso percebi que as crianças aprendem de maneira grandiosa e magnifica quando não tem a obrigação em aprender algo que lhes é imposto.
Começou a surgir uma grande vontade de criar uma escola que seja verdadeira e transformadora, não só para os meus filhos, mas também para outras crianças. Uma escola onde os alunos são realmente respeitados em suas particularidades, aptidões, obtenha poder de decisão e aprendam verdadeiramente de maneira livre e intuitiva.
O método de ensino que temos como referencia em geral, a criança não aprende verdadeiramente. Pois lhe são impostas uma série de conteúdos e insignificâncias que não fazem parte de seus interesses e de sua vida. Eu me atreveria a dizer que esse processo é totalmente violento e ilusório, pois nenhum aluno aprende realmente muito menos o professor ensina. E as provas e exames demonstram claramente isso, na medida em que servem apenas para avaliar a capacidade de cada um de acumular e não de aprender realmente.
O aprender deveria estar relacionado com tornar para si. E a gente só torna e apreende algo que está dentro, que nos faz pulsar e mover. A aprendizagem tem que estar relacionada com os sonhos, desejos e necessidades de cada um.
Acredito numa escola que não só tenha um caráter transformador, mas também que seja primordial a valorização da autonomia, criatividade, sonhos, desejos e vínculos afetivos entre os alunos, pais e professores.
Onde todos se trabalhem interiormente e trabalhem juntos para constituir um espaço em que os alunos sejam felizes.
Ana Paula Araújo